Oceanografia UFPE comemora 60 anos de fundação com Seminário Internacional

O Departamento de Oceanografia da UFPE, integrante do inctAmbTropic comemora os seus 60 anos de fundação e 30 anos de criação do Programa de Pós-Graduação com um seminário internacional intitulado “Tropical Oceans: Challenges for the 21st Century”. A profa. Tereza Araújo do GT1.1 é a atual coordenadora do Programa de Pós-Graduação  em Oceanografia da UFPE

Programa

Período: 10 e 11 de dezembro de 2012Local: Auditório de Centro de Tecnologia e Geociências – UFPE

10/12 – Tarde (14:00hs)

  1. Abertura
  2. Iniciativas/perspectivas do Brasil para os oceanos: MCTI (Dr. Paulo Nobre) e SECIRM (Contra-Almirante Marcos Silva Rodrigues) MCTI (Drª Janice Trotte e Dr. Paulo Nobre) e SECIRM (Contra-Almirante Marcos Silva Rodrigues e Comandante Marise Silva Carneiro)
  3. Oceanos Tropicais: Desafios do Século 21 e o INCT AmbTropic /Dr. José M. Landim Dominguez/UFBA

11/12 – Manhã (08:30hs)

  1. Observations in the Tropical Atlantic Ocean: goals, status and perspectives – Dr. Bernard Boules/IRD/França
  2. Rising Atmospheric CO2 and Ocean Acidification: the Tropical Oceans and Beyond – Dra. Adrienne J Sutton – NOAA/USA
  3. The First World Ocean Assessment – Dra. Beatrice Ferreira/UFPE + Dr. Peter Harris – UNEP/GRID/Australia

11/12 – Tarde (14:00hs)

  1. Seafloor geomorphic features as benthic habitat – Dr.Peter Harris – UNEP/GRID/Australia
  2. A Plataforma Continental Brasileira – A nossa Amazônia Azul – Capitã de Fragata Ana Angélica L. Alberoni Tavares/CHM Marinha do Brasil
  3. Scientific Ocean Drilling- IODP / Dr. Jack Baldauf/Texas A&M University/USA
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#OceanosTropicais #Seminário

inctAmbTropic têm seu primeiro trabalho publicado

Esta disponível online a partir de hoje o primeiro trabalho publicado pelo inctAmbTropic: “Intraseasonal variability of the North Brazil Undercurrent forced by remote winds. Autores:  D. Veleda, M. Araujo, R. Zantopp,e  R. Montagne“. O trabalho foi publicado no volume 117 do Journal of Geophysical Research. O professor Moacyr Araújo coordena o GT3.2 (Ciclos Biogeoquímicos, Fluxo de CO2 e Acidificação do Oceano Atlântico Tropical) e é membro do Comitê Gestor do inctAmbTropic, representando a área de Oceanos.

Schematic representation of the Atlantic Subtropical Cell (STC) circulation, including subduction (blue) and upwelling (green) zones. Current branches involved in the STC flows are NEC, SEC, sSEC, NECC and EUC; NEUC, SEUC = North and South Equatorial Undercurrent; NBC, NBUC = North Brazil Current and Undercurrent; GD, AD = Guinea and Angola domes. Interior equatorward thermocline pathways dotted. Adapted from Schott et al. [2004]. The mooring array at 11S is shown by the red line.

ABSTRACT: “Intraseasonal signals with periods of 2 to 3 weeks in near-surface alongshore current measurements are detected from four moorings (K1–K4) deployed from 2000 to 2004 at the 11S section close to the Brazilian coast as part of the German CLIVAR Tropical Atlantic Variability Project. This section crosses the path of the North Brazil Undercurrent, the most powerful western boundary current in the South Atlantic Ocean. We investigate the origin of this intraseasonal variability of the North Brazil Undercurrent by relating the oceanic oscillation of the alongshore currents to its atmospheric counterpart, the meridional wind stress. On average, the results indicate a well-defined lagged (10 days) correlation (˜0.6) structure between meridional wind stress and alongshore currents. The oceanic region with the highest cross-correlations is identified as a relatively narrow band along the Brazilian coast, from 22–36S and 40–50W, bounded in the north by an eastward change in coastline orientation. The cross-wavelet transform establishes the common power between the time series of meridional wind stress and alongshore currents, predominantly during austral winter and spring. These signals propagate equatorward with an alongshore speed of 285+/-63 km day1, consistent with Coastal Trapped Wave theory“.

Veleda, D., M. Araujo, R. Zantopp, and R. Montagne (2012), Intraseasonal variability of the North Brazil Undercurrent forced by remote winds, J. Geophys. Res., 117, C11024, doi:10.1029/2012JC008392. (para baixar o pdf, clique neste link)

Impact Factor: 3,174

#GT32 #papers

Regiões Tropicais serão as mais atingidas com a subida no nível do mar

A contribuição das fontes glaciais para a subida do nivel do mar tem acelerado durante a primeira década do século 21. Esta contribuição entretanto não é uniforme devido a efeitos oceanográficos e gravitacionais. Bamber & Riva (2010) calcularam a assinatura dos fluxos das massa de gelo no comportamento do nivel do mar, decorrentes de mudanças no campo gravitacional, na rotação da terra e de outros efeitos relacionados, para o periodo 2000-2008. A região mais sensível à uma subida do nível do mar  decorrente da perda de massa nos lençois de gelo é justamente a região tropical como mostra a figura abaixo. Este padrão é invariante  no tempo e acumulativo. Desta forma a subida do nivel do mar baseada nos efeitos gravitacionais decorrentes da perda das massas de gelo, serão amplificadas na região tropical. No caso particular da região nordeste do Brasil, este aspecto é preocupante pois esta é uma costa faminta, que recebe um aporte reduzido de sedimentos fluviais, já sujeita a erosão severa, e onde se verifica uma das maiores densidades populacionais da zona costeira do Brasil. Os trabalhos a serem desenvolvidos pelo GT1.1 (Respostas da Linha de Costa) do inctAmbTropic deverão contribuir para a compreensão do processo e  mitigacão  da erosão costeia nesta região extremamente vulnerável.

Variação do nível relativo do mar decorrente da perda de massa dos lençois de gelo, para o periodo 2000-2008. A linha verde indica a média global para o mesmo periodo. Vê-se portanto que a região tropical será a mais afetada (Bamber & Riva 2010)

Bamber, J., & Riva, R. (2010). The sea level fingerprint of recent ice mass fluxes. The Cryosphere, 4(4), 621–627. doi:10.5194/ tc-4-621-2010

#ErosãoCosteira #NiveldoMar #PraiasArenosas

inctAmbTropic participa da Comissão Técnica de Recifes de Corais

No dia 07/11/2012, reuniu-se pela primeira vez a Comissão Técnica de Recifes de Corais, do Comitê Nacional de Zonas Úmidas no Brasil (CNZU), com a missão de iniciar a elaboração da Estratégia Nacional de Conservação dos Recifes de Coral. Entre outros, participaram da reunião a Dra. Zelinda Leão, representando a SBPC, a Dra. Beatrice Padovani, representando a UFPE e o Dr. Ruy Kikuchi, representando a UFBA. Estes três pesquisadores integram a equipe do GT1.3 do inctAmbTropic, coordenado pelos drs. Ruy Kikuchi e Zelinda Leão. A reunião foi realizada na sede do Ministério do Meio Ambiente, em Brasília, quando foram apresentadas algumas iniciativas existentes para a conservação dos recifes no Brasil, que darão suporte à elaboração da estratégia, como o Programa Nacional de Monitoramento dos Recifes, pela Dra. Beatrice Padovani, o monitoramento do Branqueamento na Costa da Bahia, pela Dra. Zelinda Leão e a organização, os objetivos e metas do inctAmbTropic, pelo Dr. Ruy Kikuchi. A comissão terá prazo de dois anos para cumprir sua meta de elaboração da estratégia, que será avaliada e aprovada no âmbito do CNZU.

Distribuição da Diversidade de Corais no Mundo (Fonte: T.C. Jennerjahn / Earth-Science Reviews 114 (2012) 19–41)

#GT13 #RecifesdeCorais

Pluma do Amazonas é acompanhada pela primeira vez em Cruzeiro Oceanográfico

Sob coordenação dos GTs 3.2 e 2.2 foi realizada recentemente a Comissão Oceanográfica Camadas Finas III (08/10-01/11/2012). O cruzeiro foi viabilizado através do Edital 01/2011-SEPED/MCTI, com a utilização do NHo. Cruzeiro do Sul, da Marinha do Brasil. O coordenador científico da Comissão, prof. Moacyr Araújo (também coordenador do GT3.2) informa que esta é a primeira vez em que uma quantidade significativa de informações biológicas, químicas e físicas foi obtida, simultaneamente, ao longo de uma extensão tão importante da pluma do Rio Amazonas. Os dados coletados permitirão ainda quantificar a evolução espacial do fluxo de CO2 na interface oceano-atmosfera, à medida que a pluma de água doce penetra no Atlântico tropical. Além de cientistas da UFPE, participaram do embarque pesquisadores da UFPA, UFRA, UFMA, UERJ e USP.

NHo Cruzeiro do Sul

Amostragem realizada durante a Comissão Camadas Finas 3 do inctAmbTropic

#PlumadoAmazonas #OceanoTropical #BioquímicadasOceanos #NHoCruzeirodoSul #GT22 #GT32

inctAmbTropic realiza primeira Campanha Oceanográfica

A primeira campanha oceanográfica do inctAmbTropic, iniciativa dos  GTs 3.2 e 2.2, foi realizada com sucesso no período 16/09-05/10/2012 (Comissão Camadas Finas II). Os trabalhos aconteceram a bordo do NHo. Cruzeiro do Sul, pertencente à Marinha do Brasil (Edital 01/2011-SEPED/MCTI). Durante este período foram coletadas amostras de plâncton, nêuston, além da caracterização física e biogeoquímica das águas oceânicas adjacentes aos Arquipélagos de São Pedro e São Paulo, Fernando de Noronha e Atol das Rocas. Ao longo de todo o trajeto foram também realizadas medições contínuas de pCO2 na água do mar e na atmosfera. De acordo com Manuel Flores-Montes (GT3.2), coordenador científico da Comissão Camadas Finas II, os dados coletados possibilitarão a caracterização do efeito ilha sobre a dinâmica trófica local, incrementando assim a compreensão do funcionamento ecológico destes verdadeiros “oásis” marinhos. A figura abaixo mostra a distribuição espacial dos dados coletados.

Postagem submetida pelo prof. Moacyr Araújo

#AmbientePelágico #NHoCruzeirodoSul #GT22 #pCO2 #CamadasFinas #GT32

Adaptação Térmica do Fitoplâncton Marinho

O fitoplâncton marinho é responsável por aproximadamente metade da produtividade primária global  desempenhando importante papel nos ciclos globais do carbono, nitrogênio, fosforo e outros elementos.

No número mais recente da revista Science foi publicado um artigo (A Global Pattern of Thermal Adaptation in Marine Phytoplankton. Autores: Mridul K. Thomas, Colin T. Kremer, Christopher A. Klausmeier, and Elena Litchman) no qual os autores concluem que: “Rising temperatures have the strongest effect on tropical strains because tropical optima are close to current mean temperatures and thermal tolerance curves are negatively skewed. Small increases in temperature can therefore lead to sharp declines in growth rate. A decrease in diversity is likely to have a strong impact on tropical ecosystems, as biodiversity loss is a major cause of ecosystem change. One possible consequence is a decrease in tropical primary productivity, which could occur through two distinct mechanisms: the loss of highly productive species or a decrease in complementarity“.

A figura superior mostra a mudança na temperatura média anual,  entre valores de regimes históricos (1991-2000) e regimes futuros previstos (2091-2100). A figura inferior mostra o percentual de mudança  na diversidade entre regimes de temperatura históricos e previstos. Pode-se observar que a diversidade potencial é reduzida significativamente nos oceanos tropicais, apesar destas áreas experimentarem aumentos em temperatura relativamente pequenos.

#Fitoplâncton #GT22 #OceanoTropical