GT 1.1 DELTAS E EROSÃO DA LINHA DE COSTA.

Deltas são importantes arquivos das variações ambientais (clima, variações do nível do mar, atividades antrópicas) nas suas bacias hidrográficas  e desempenham um importante papel no sequestro do carbono. Estima-se que os grandes rios do mundo exportam para as zonas costeiras cerca de 20 Pg/ano de sedimentos, incluindo ~0,8 Pg de carbono (sob as formas particulada e dissolvida). Além disso, os deltas, devido às suas características intrínsecas (reduzida altitude, elevada produção agrícola e altas densidades populacionais) tem sido considerados como "hot spots" de vulnerabilidade às mudanças climáticas.

Dentre os aspectos que tem merecido atenção de vários pesquisadores, destaca- se a resposta dos deltas à subida do nível do mar durante o último episódio de deglaciação. A compreensão da resposta das construções deltaicas à subida do nível do mar é também muito importante para a elaboração de cenários de respostas futuras destas feições às previsões de subida deste nível nas próximas décadas.

Alterações no clima durante os últimos milênios provocaram alterações nas precipitações nas bacias hidrográficas dos grande rios, afetando as descargas sedimentares em suas desembocaduras como já demonstrado por autores em outras regiões do mundo. As clinoformas deltaicas construídas por estes grandes rios constituem assim, um repositório de informações inestimáveis sobre estas variações ambientais.  Isto resulta do fato destas regiões serem caracterizadas por elevadas taxas de deposição permitindo a preservação de diferentes registros ambientais, ao contrário do que acontece por exemplo em regiões mais afastadas das desembocaduras, onde o menor aporte de sedimentos, resulta muitas vezes na predominância de erosão, produzindo registros ambientais incompletos.

Objetivo Principal: compreender a heterogeneidade das respostas da linha de costa e dos sistemas deltaicos da região norte e nordeste do Brasil, frente as diferentes condições forçantes atuais (ondas, marés, aporte sedimentar etc) e avaliar a sua vulnerabilidade e as suas respostas a cenários futuros de elevação do nível do mar e de mudanças climáticas.

Coordenador: José Maria Landim Dominguez (UFBA)

Abordagem Metodológica: Levantamentos geofísicos, testemunhos rasos, modelagem de dispersão das plumas fluviais e da circulação costeira, isótopos e razões elementares no sedimento e matéria orgânica, medições de corrente, monitoramento da linha de costa, sensoriamento remoto.

Coordenador.

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José M. L. Dominguez

José Maria Landim Dominguez concluiu a graduação em geologia pela Universidade Federal da Bahia, onde também obteve o Mestrado em Geologia, área de concentração em Sedimentologia. Concluiu seu doutorado em Geologia e Geofísica Marinha pela Rosenstiel School of Marine and Atmospheric Sciences da Universidade de Miami em 1987. Atualmente é professor titular em Geologia Costeira e Sedimentar da Universidade Federal da Bahia e coordena o inct AmbTropic – Ambientes Marinhos Tropicais. Atua nas áreas de Oceanografia, Geologia Marinha e Geologia Costeira. Seus principais interesses em pesquisa são: Origem e Evolução da Zona Costeira e Plataforma Continental, Variações do Nívels do Mar, Dinâmica Costeira, Sedimentação Marinha, Sedimentação Deltáica, Desenvolvimento e História de Preenchimento de Vales Incisos e Geologia Ambiental. Pesquisador IA do CNPq.

e-mail: landim@ufba.br

 landim.jmd@me.com

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